Milho perde espaço

Produtores alegam que os riscos não compensam os investimentos feitos

Não é novidade que os produtores de milho, de uns anos para cá, estão reduzindo o cultivo do grão. E a expectativa é de que a área destinada ao plantio seja reduzida ainda mais. Muitos agricultores estão desistindo do produto.

O motivo seria o risco do investimento, já que os fenômenos naturais (frio intenso, com geadas, ou falta de chuva) afetam demais a lavoura e comprometem a colheita, causando prejuízos.

Mas não é só isso. Desestimulados com os resultados da cultura, o desânimo se dá também pelo custo alto da plantação: enquanto uma saca de semente de 20 quilos custa próximo de R$ 400, o produtor comercializa a saca de 60 quilos do grão por R$ 24.

E é por isso que a preferência pela loja só aumenta. Se comparados os gastos, essa última leva vantagem. Enquanto um hectare de soja requer R$ 1 mil em insumos, a lavoura de milho demanda R$ 1,6 mil por hectare – diferença de 60%.

Para se ter uma ideia, no Rio Grande do Sul, a rentabilidade maior da soja, diante do custo menor de produção e do preço da commodity, fez com que quase 700 mil hectares de milho fossem ocupados pela oleaginosa.