Mercado da carne bate recorde

Oferta restrita e dificuldade de engorda pressionam mercado

Como falamos na semana passada, o mercado bovino está aquecido. E os reflexos da oferta restrita, resultado da dificuldade para recuperação das pastagens, em decorrência da seca, e consequente engorda dos animais fez o mercado de boi gordo tingir novos recordes esta semana.

A informação é do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea).  O indicador que serve de referência para a liquidação dos contratos futuros brasileiros acumula alta de 10,03% desde o início do ano.

Na quarta-feira (19), a arroba foi comercializada por R$ 126,28, o maior valor nominal (sem descontar a inflação) desde o início da série história, em 1997. Nos últimos 12 meses, de acordo com a consultoria Informa Economics FNP, a alta já é de 29%.

Bezerro e carne herdam preços

E se o preço do boi aumenta, consequentemente, outros elos da cadeia sofrem reflexos. O indicador do Cepea para o bezerro, com referência em Mato Grosso do Sul, fechou a quarta-feira a R$ 979,05 por cabeça. O valor também é o maior em termos nominais desde quando os pesquisadores iniciaram a série, em 2000. A valorização desde o início do ano é de 11,51%.

No mesmo dia, o indicador do Cepea para o mercado atacadista de carne bovina atingiu a maior cotação desde o início da série em 2001 e fechou a R$ 8,24 o quilo. A carcaça casada negociada na Grande São Paulo registra uma valorização de 6,05% desde o início de 2014.

A explicação vem dos frigoríficos. Com margens mais apertadas, o setor repassa o aumento da matéria-prima para o preço da carne, que sobe no atacado. Sinal de que o consumidor já pode preparar o bolso!

Foto: Iuri Medeiros